segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

OS ENSAIOS DE CANGAÇO


O bando do mais temido dos cangaceiros do nordeste da década de 30 está de volta. Eles prometem entrar na cidade cantando com seus chapelões em forma de meia lua, ricamente ornamentados com moedas de ouro e prata e roupas de couro. Talvez eles cheguem a pé, quiçá a cavalo, mas a missão primeira é encontrar o miserável delator que quase matou o capitão. Eles esperam receber dinheiro, comida e apoio. Se a população negar, a cantiga vai ceder lugar à marcha fúnebre.

Entre os bandidos estão Ciro Nonato, Ed Paixão, Roma Góes, Bruno Martinelli, Kaique Cavalcante, Val Kakau e Andréa Bandeira (E isso é lá nome de cangaceiro?) Claro que não! Trata-se do nome de batismo dos atores e atriz que representarão respectivamente: Azulão, Ezequiel, Pai Velho, Zabelê, Jararaca, Lampião e Maria Bonita.
A Secretaria Estadual de Cultura, através da Fundação Cultural do Estado da Bahia, por meio do Edital do Prêmio de Estímulo à montagem de Teatro do Estado da Bahia já disse que o terreno, as vestes e toda a infra-estrutura fica por conta dela.
Por trás da chegada do bando está o coiteiro Pawlo Cidade, com seu assistente a tiracolo e cheio de medo dos tiros, Paulo Costa; outros parceiros cuidarão da chegada, para deixar tudo como o capitão ordenou. São eles: Viviane Siqueira, Justino Vianna, Letto Nicolau e Du Moura. Respectivamente, produtora, cenógrafo e figurinista, compositor e iluminador. O povo já começou a marcar no calendário a data da chegada: 14 de março. Local: Teatro Municipal de Ilhéus.

É fato que Virgulino escreveu com sangue a sua história de líder do cangaço no Nordeste. É fato também que todas as lendas tornam-se maiores que os fatos. Entretanto, não há como negar que Lampião foi o bandido mais admirado do Brasil, considerado por vezes, um nobre salteador. Sua saga pelo nordeste brasileiro contém todos os elementos de aventura, romance, violência, amor e ódio das grandes histórias da humanidade. Ela gerou telenovelas, livros, filmes e peças de teatro. Em Ilhéus, o Grupo Teatro Total traz “Cangaço”, espetáculo que retrata os últimos momentos de Lampião no sertão. A peça revela o lado espiritual, desmistifica algumas lendas e revela a origem de sua alcunha que se imortalizou. É uma biografia singular, acompanhado dos principais companheiros e de sua inseparável Maria Bonita.


Ambientando em seu habitat natural, “Cangaço” percorre o solo ralo e pedregoso da caatinga, com sua fisionomia de deserto, plantas com folhas transformadas em espinhos, cutículas altamente impermeáveis, caules aparentemente suculentos, raízes bem desenvolvidas, esqueletos de animais mortos, cactos sombrios, enaltecidos pela presença marcante da luz cênica.
Resta-nos agora, aguardar e conferir.

2 comentários:

  1. Essa maria Bonita é uma gata mesmo. Tem que mandar ela largar Lampião.

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  2. samaia: bom eu acho q vcs deviam botar uma peça de teatro para todos verem...

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